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Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas do Porto do Açu registra recorde histórico de mais de 130 mil filhotes, 43% a mais do que na última temporada reprodutiva

Pico de nascimentos de tartarugas marinhas desde o início do programa pode estar atrelado ao clima e à qualidade do ambiente marinho

Foram 40 mil filhotes de tartarugas a mais registrados de setembro 2023 a março 2024, nos 62 km de praia de responsabilidade do Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas (PMTM) do Porto do Açu, se comparada à temporada reprodutiva passada. 

O aumento é de cerca de 32% no número de ninhos, que chegam a ter mais de cem filhotes cada. O motivo para os mais de 130 mil filhotes contabilizados neste último período de desovas pode estar nos fenômenos climáticos, devido à forte relação que eles têm com as temperaturas, e é um indicativo da qualidade do ambiente costeiro e marinho, segundo a bióloga do programa, Tatiane Bittar.

“Analisando nossos dados, identificamos uma semelhança no elevado número de ninhos nas temporadas reprodutivas de 2015/2016 e 2023/2024, o que despertou a nossa atenção, já que ambas foram marcadas por eventos fortes de El Niño. Por isso, a hipótese de que o clima possa ser um dos fatores responsáveis pelo aumento de filhotes registrados. Em contrapartida, notamos uma queda de 5% no sucesso reprodutivo, com a perda de alguns filhotes. O nosso papel é sempre contribuir com o que a natureza já faz tão bem e atuar para garantir o nascimento desses filhotes”, ressaltou.

Ao todo, desde o início das atividades do PMTM, em 2008, o programa acompanhou mais de 18 mil ninhos, contribuindo para que 1,3 milhão de filhotes chegassem ao mar. O Programa é uma iniciativa conjunta das empresas Porto do Açu Operações, Ferroport, Vast Infraestrutura e GNA, sediado e gerenciado pela Reserva Caruara, em parceria com o a Fundação Pró Tamar.

Como parte das ações de educação ambiental da Caruara, todo ano uma agenda de solturas de filhotes abertas ao público é organizada dentro da programação de atividades da sede da Reserva. Assim, milhares de pessoas conseguem acompanhar de perto o trabalho realizado pela equipe do Programa, que conta com biólogos, veterinários e técnicos de campo, que percorrem toda a extensão de faixa de areia do Pontal de Atafona, em São João da Barra, à Barra do Furado, em Campos, registrando qualquer ocorrência relativa às tartarugas. Este ano, foram 18 ações de solturas para a comunidade e colaboradores do complexo portuário.

“Em 16 anos de monitoramento de tartarugas marinhas e atuação cada vez mais forte no nosso pilar de educação ambiental, percebemos o quanto temos a comunidade próxima da gente no compromisso pela conservação da biodiversidade. As tartarugas têm um papel muito importante para o equilíbrio da população de várias espécies e precisam de uma praia limpa, saudável e segura”, afirma Caio Cunha, gerente da Reserva Caruara. 

Criada de forma voluntária pelo Porto do Açu em 2012, a Caruara é a maior unidade de conservação do ecossistema de restinga do Brasil e a maior reserva ambiental privada em extensão do Estado do Rio. Dez anos depois, com a construção de uma sede própria, ela potencializa sua missão de proteger um dos mais importantes fragmentos de restinga da região, com alto valor ecológico, por meio de ações e serviços que geram conhecimento científico, educação e benefícios ambientais, sociais e econômicos. O Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas, que tem base dentro da sede, atende a diretrizes técnicas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – Tamar e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA).