Produto inovador, que reduz em até 10% emissões de CO2, foi embarcado no Porto do Açu para testes em cliente na Europa
A Vale concluiu na última semana o embarque para o primeiro teste internacional em alto-forno do briquete de minério de ferro, produto inovador que pode reduzir em até 10% as emissões de CO2 da siderurgia. O teste industrial será realizado no início de maio nas instalações de um cliente na Europa. Foram embarcadas 8 mil toneladas do produto a partir do Terminal Multicargas do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), em direção ao Porto de Roterdã, na Holanda.
Serão testados o comportamento do briquete durante o transporte transoceânico, previsto para durar 20 dias, e seu desempenho no alto-forno da siderúrgica. No Brasil, já foram testadas industrialmente 70 mil toneladas do briquete em seis diferentes altos-fornos, totalizando 126 dias de uso.
Durante os testes realizados no Brasil, o briquete resistiu às exigências do processo, permitindo a manutenção da produção e dos parâmetros operacionais do alto-forno. A expectativa é que o mesmo ocorra nos testes na Europa.
“Este é mais um marco importante no nosso caminho para fornecer soluções de baixa emissão de carbono para a indústria siderúrgica global. Podemos com os testes industriais ganhar a confiança de parceiros estratégicos que serão os líderes na utilização do briquete nos próximos anos”, afirmou Rogério Nogueira, diretor de Desenvolvimento de Produtos e Negócios da Vale.
Para o Porto do Açu, a movimentação inédita é um importante passo para posicionar o empreendimento portuário como player importante no processo de descarbonização do setor siderúrgico “Este tipo de carga reforça a ambição do Porto do Açu em ser o porto da transição energética no Brasil. Além disso, a estratégia do porto inclui acelerar a descarbonização das cadeias de valor das indústrias siderúrgica e química, setores que são críticos para reduzir a emissão de CO2 vindo das chamadas hard to abate”, destaca José Firmo, CEO do Porto do Açu.
O briquete é produzido a partir da briquetagem de finos de minério de ferro e uma solução tecnológica de aglomerantes que permite alcançar elevada resistência mecânica em baixas temperaturas. O produto pode substituir sinter, pelota e granulado em altos-fornos e pelota em fornos de redução direta, reduzindo a emissão de poluentes e gases de efeito estufa quando comparado aos processos tradicionais de aglomeração de minério de ferro (pelotização e sinterização). A substituição da etapa de sinterização é o que permite a potencial redução das emissões de carbono em até 10%.
A carga embarcada semana passada foi produzida em uma planta de demonstração em Pindamonhangaba (SP). A Vale está construindo duas plantas de briquete na Unidade Tubarão, em Vitória (ES), com capacidade de 6mtpa. O start-up da primeira planta está previsto para o final do primeiro semestre.
Além disso, já foram assinados memorandos de entendimento com maisde 30 clientes para estudar a implantação de soluções de descarbonização, entre elas a construção de plantas de briquete nas instalações de alguns clientes.
Anunciado pela Vale em 2021, o briquete contribui para alcançar o compromisso da empresa de reduzir 15% das emissões líquidas de escopo 3 até 2035. A empresa também busca reduzir suas emissões absolutas de escopo 1 e 2 em 33% até 2030 e alcançar neutralidade até 2050, em linha com a ambição do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global abaixo de 2ºC até o fim do século.